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A República no Bicentenário

15 de novembro de 2021 é a data comemorativa do 132º aniversário da República, o último antes de 7 de setembro de 2022, quando festejaremos o Bicentenário da Independência. A República consolidou as nossas fronteiras, garantiu a paz com os vizinhos, colocou o Brasil no lado certo da História em duas guerras mundiais, tornou o voto universal e o estendeu às mulheres, assegurou os direitos civis, integrou o vasto interior do território e fez do País uma nação do seu tempo, respeitada e admirada. A consciência histórica a ser despertada no Bicentenário inclui tanto o Império quanto a República, um que fez a Independência nas desafiadoras circunstâncias do momento, a outra que lhe deu sentido segundo a nacionalidade.

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São os fatos que escrevem a História

A Insurreição Pernambucana foi resultado da insatisfação generalizada da população brasílica com o invasor holandês. E essa pode ter sido a primeira guerra insurrecional de libertação da História e principalmente de onde nasceu no Brasil o sentido de Pátria. Comparar Felipe Camarão com Pedro Poti, um trânsfuga pró-holandês, é deixar de levar em conta todo um processo de aculturação que já tinha um século e meio. Felipe Camarão lutou do seu lado, do lado da população da qual fazia parte. É uma simplificação que desmerece a História afirmar que ela é escrita pelos vencedores. Estaríamos em outro mundo se a tivéssemos contada por nazistas alemães ou comunistas soviéticos. São os fatos, a matéria-prima da História, que lhe permitem mostrar quem são os seus verdadeiros vencedores e perdedores.

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O Brasil no 11 de Setembro

A manhã de 11 de setembro de 2001 foi marcada pelo choque e perplexidade em todo o mundo. No dia seguinte, o centro de Washington amanheceu ocupado por tropas do Exército norte-americano. Num gesto espontâneo, simples, mas de grande significado para a população norte-americana traumatizada, os militares das nações amigas que trabalhavam em Washington, franceses e brasileiros com maior visibilidade, passaram a circular fardados, nas ruas, no metrô, nos aeroportos, em seu trânsito e afazeres diários. A mensagem era clara: continuamos aqui com vocês! No 11 de Setembro, o Brasil não mostrou apenas que estava no Hemisfério Ocidental. Na verdade, mostrou de que lado no mundo ele estava.

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Riachuelo, a batalha que mudou a guerra. *

Às 09:00h da Batalha de Riachuelo, o então Chefe de Divisão, Francisco Manuel Barroso, liderando a esquadra brasileira que mudaria o rumo da Guerra da Tríplice Aliança, içou o sinal “o Brasil espera que cada um cumpra o seu dever”. Os brasileiros tiveram 245 baixas, sendo 87 mortos e 138 feridos, incluídos oficiais e praças da Marinha e do Exército. As baixas paraguaias foram devastadoras, estimadas em 1.500 homens. Até o fim da guerra, Solano Lopes não ousou mais lançar o que sobrou de sua marinha contra a esquadra brasileira, cada vez mais poderosa, que subiria o rio Paraná e finalmente o rio Paraguai.

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Tuiuti: A vitória pela disciplina e pelo fogo *

A batalha de Tuiuti foi, sem dúvida, uma expressiva vitória material e moral da Tríplice Aliança, uma vez que provocou graves baixas ao exército paraguaio, assegurou a integridade do exército aliado e garantiu sua permanência em território inimigo. Mas o quadro estratégico-operacional era complexo demais para que essa vitória obtivesse algum resultado decisivo naquela altura da guerra. Na verdade, Tuiutí́ revelou o grande problema estratégico-operacional que os aliados iam enfrentar nos dois anos seguintes.

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A indomável Salvador *

A vitória da resistência brasílica contra o ataque holandês a Salvador, entre abril e maio de 1638, marcou o fim do sonho batavo de conquistar a cidade. Tivesse sido outro seu resultado, com uma vitória de Nassau, àquela altura, ela significaria a vitória da Holanda na guerra e seguramente a perda de todo o Brasil, alterando o curso de sua evolução histórica. Quebrou-se o mito da invencibilidade holandesa em grandes ações e criou-se o mito da indomável Salvador, para onde continuariam a convergir homens, armas, ordens e recursos que haveriam de deflagrar a Insurreição Restauradora de 1645.

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A longa e difícil luta pela Abolição

A luta pela Abolição foi longa e difícil. Desde 13 de março de 1831, estava proibido no Brasil o tráfico de escravos que, no entanto, continuava a acontecer em grande escala como contrabando. Nem a lei de 7 de novembro, que tornava livres os escravos trazidos ao Brasil e impunha penas a quem os traficava, mudou essa situação. O fim da Guerra da Tríplice Aliança (1864-1870) aumentou a pressão pelo fim da escravatura, uma vez que soldados de todas as cores suportaram os mesmos sacrifícios da campanha, fazendo injustificável a continuação da escravidão no País. Em 23 de outubro de 1887, o General Deodoro da Fonseca dirigiu à Princesa Isabel – Regente do Império durante a ausência de Dom Pedro II – documento em que rogava que o Exército não fosse empregado na caça a escravos. No dia 13 de maio de 1888, foi aprovada, em última discussão no Senado e sancionada no mesmo dia pela Princesa Isabel, a abolição da escravatura no Brasil.

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Guararapes, o altar da Pátria

Guararapes foram as Termópilas brasileiras, com vitória. A primeira batalha de Guararapes é um acontecimento de grande importância na História do Brasil, mais do que pelos aspectos militares, pelos sociais que determinaram a formação e evolução do País. Como lamentaram os holandeses mais tarde, os brasileiros os atacaram em formação dispersa, avançando rapidamente sobre eles, dificultando a sua pontaria. O efeito da rajada foi aproveitado pelos brasileiros que, ao já conhecido brado “às espadas” lançaram-se sobre os dois regimentos holandeses da vanguarda. O que aconteceu nesse momento foi outra surpresa no campo de batalha. A tradicional formação europeia de piqueiros e mosqueteiros foi rompida pelos brasileiros, que entraram pelo dispositivo holandês adentro, fazendo enorme estrago com suas espadas. Guararapes foi mais do que uma vitória militar, foi o marco do nascimento de uma nação. Feliz o Exército que tem por berço o Altar da Pátria.

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A FEB e a conquista de Montese

A batalha de Montese foi a mais difícil travada pela FEB durante a campanha na Itália. Ao tomar conhecimento da conquista de Montese no primeiro dia da ofensiva aliada, 14 de abril, o General Crittenberger, comandante do IV CEx, disse: “na jornada de ontem, só os brasileiros mereceram as minhas irrestritas congratulações; com o brilho do seu feito e seu espírito ofensivo, a Divisão brasileira está em condições de ensinar às outras divisões como se conquista uma cidade”. Com o êxito da ofensiva aliada, os alemães perderam a Linha Gengis Khan, última posição defensiva ao sul do Rio Pó, e suas divisões se precipitaram em fuga para o norte. No dia 2 de maio os alemães se rendiam na Itália, a primeira frente de guerra na Europa onde se encerraram as hostilidades.

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