A República no Bicentenário

15 de novembro de 2021 é a data comemorativa do 132º aniversário da República, o último antes de 7 de setembro de 2022, quando festejaremos o Bicentenário da Independência.  

E não há uma coisa sem outra. Pensar o País, o propósito maior do Bicentenário, só tem sentido na História, pela qual todos passamos, como nos alertou Karl Jaspers. É na História que o País se fez grande pelas partes que formaram um todo e de todos os brasileiros, ou seja, a República Federativa do Brasil.

Os súditos passaram a ser cidadãos, os poderes do Estado iguais e independentes, a soberania popular e a responsabilidade pelos destinos do País realmente de todos os brasileiros. É difícil imaginar o Brasil entrando no tremendo século XX sem essas mudanças.

A República consolidou as nossas fronteiras, garantiu a paz com os vizinhos, colocou o Brasil no lado certo da História em duas guerras mundiais, tornou o voto universal e o estendeu às mulheres, assegurou os direitos civis, integrou o vasto interior do território e fez do País uma nação do seu tempo, respeitada e admirada. É impossível pensar o Brasil no século XXI senão pelo caminho da República, que ele percorreu durante a maior parte de sua vida como nação independente.

O estranho silêncio sobre a República neste 15 de novembro, principalmente de quem teria pungentes motivos para homenageá-la, cala fundo na alma de um país que parece não se dar conta do que lhe acontece e no espírito dos cidadãos que se alienam do seu pertencimento à res publica, a coisa pública.

A consciência histórica a ser despertada no Bicentenário inclui tanto o Império quanto a República, um que fez a Independência nas desafiadoras circunstâncias do momento, a outra que lhe deu sentido segundo a nacionalidade. 

A Proclamação da República é uma das datas magnas do Brasil, marco indissociável da evolução política e social do País. Mas às vésperas do Bicentenário deve ser pensada além disso. Ela é a reiteração da Independência. 

15 de novembro de 2021