O 2º Reinado

Reprodução da tela “Sagração e Coroação de D. Pedro II”, de Abrahan-Louis Buvelot e Louis Auguste Moreaux. Iniciava-se o período decisivo da História do Brasil para a manutenção das fronteiras e a integridade territorial do País. Revoltas internas foram pacificadas e invasoes estrangeiras rechaçadas, consolidava-se o Brasil como maior país da América do Sul. A obra está exposta no Museu Imperial, Petrópolis-RJ. Fonte/reproducao da imagem: Museu Imperial/IPHAN/MinC.

A 18 de julho de 1841, D. Pedro II foi coroado Imperador do Brasil em imponente cerimônia, na qual foi executada pela primeira vez ,em público, o Hino Nacional. Com a ascensão de Pedro II, foi recriado o Conselho de Estado e reformado o Código do Processo Criminal, providências que deram estabilidade ao País, fortalecendo o Trono e disciplinando a aplicação da Lei.

Os partidos conservador e liberal aglutinaram as principais tendências políticas, alternando-se, a partir de então, na formação dos gabinetes de governo. As eleições foram aperfeiçoadas e a competição entre conservadores e liberais tornou os gabinetes mais atuantes no trato das grandes questões nacionais.

As agitações e revoltas foram paulatinamente suprimidas pela imposição da força militar, anistia aos revoltosos e sua reintegração à política. Em 1850, o Rio de Janeiro foi acometido pela febre amarela e, em 1855, pelo cólera, que causaram considerável mortandade.

Duas medidas tomadas nesses primeiros anos do Segundo Reinado trouxeram grandes mudanças: a não renovação do Tratado de Comércio com a Grã-Bretanha (prevista para 1845) e a extinção do tráfico de escravos (1850).

A primeira permitiu a adoção de tarifas de importação que estimularam a implantação de uma indústria têxtil e de manufaturados. A segunda caracterizou a vontade política do Império de extinguir o infame tráfico, que, com efeito, caiu drasticamente nos anos seguintes.

Ambas, combinadas com o restabelecimento da ordem, produziram grande efeito na economia do País, estimulando investimentos produtivos e redirecionando capitais para eles. A indústria açucareira se modernizou; a cultura do café expandiu as terras agricultáveis; as ferrovias se disseminaram no Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Pernambuco; e na Corte, o Município Neutro, passaram a ser prestados os serviços de iluminação a gás, distribuição de água e transporte urbano, favorecidos pelo surgimento de uma indústria metalúrgica. Rebocadores e docas flutuantes melhoraram os portos e progressivamente o telégrafo elétrico ligou os principais pontos do País.

Foram criadas as províncias do Amazonas (1850) e do Paraná (1853), separadas do Pará e de São Paulo, respectivamente. A imigração europeia foi estimulada, que no Sul, favorecida pelo clima, tolerância religiosa, liberdade de comércio e sistema de divisão de propriedade, gerou progresso e riqueza. No Norte, os imigrantes nordestinos atingidos pela seca de 1877 ocuparam terras da Amazônia Ocidental e deram início à exploração da borracha.

Já no início do Segundo Reinado, o Império retomou sua política para o Prata, garantindo a independência do Uruguai e do Paraguai, e participando da derrubada da ditadura rosista em Buenos Aires (1852). A inesperada agressão de Solano Lopes arrastou o Brasil ao maior conflito militar de sua História, a Guerra da Tríplice Aliança (1864-1870), na qual confirmou sua liderança na América do Sul.

Depois dos anos de instabilidade do Primeiro Reinado e da Regência, ao longo do Segundo Reinado, o Brasil se consolidou como uma nação conduzida por instituições respeitadas (Imperador, Parlamento e Constituição); militarmente forte, com uma das maiores esquadras do mundo; e economicamente promissor.

Entre 1833 e 1889, o volume das exportações e importações brasileiras se multiplicou por sete. À exceção da mácula da demora na abolição da escravatura, o Brasil adquiriu respeitabilidade e prestígio, para o que muito contribuiu a figura de D. Pedro II.     

O Império terminou em 1889 por força de quatro crises: a religiosa, a militar, a da abolição da escravatura e a mais grave, a da sucessão dinástica. Em um período relativamente longo como esse, repleto de acontecimentos relevantes, a indicação de nomes de destaque é inevitavelmente incompleta, o que não impede de elencar alguns deles:

  • na política, Honório Hermeto Carneiro Leão, o Marquês do Paraná; Paulino José Soares de Sousa, o Visconde do Uruguai; José Maria da Silva Paranhos, o Visconde do Rio Branco; José Antônio Saraiva, o Conselheiro Saraiva; Joaquim Nabuco e Eusébio de Queiroz;
  • Os militares Luís Alves de Lima e Silva, o Duque de Caxias; Joaquim Marques Lisboa, o Marquês de Tamandaré; Manuel Luís Osório, o Marquês de Herval; e Manuel Marques de Sousa, o Conde de Porto Alegre;
  • nas letras e nas artes, José de Alencar, Machado de Assis, Gonçalves Dias, Carlos Gomes, Francisco Adolfo de Varnhagen, o Visconde de Porto Seguro, Victor Meirelles e Pedro Américo. Nas ciências, Guilherme Schüch, Barão de Capanema, e André Rebouças.
  • os empreendedores, Mariano Procópio Ferreira Lage e Irineu Evangelista de Sousa, o Visconde de Mauá.

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